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Débora Garofalo

Caminhos para integrar a escola à Educação 4.0

ECOA

20/11/2019 00h04

Linguagem computacional, inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT), entre outras tecnologias estão cada vez mais presentes no dia a dia. Um exemplo disso está no nosso relacionamento com bancos por meio da inteligência artificial e outros aplicativos, como os de trânsito. 

E a Educação?!

Na Educação, estamos vivenciando as primeiras mudanças com ferramentas de colaboração que trabalham a linguagem de programação, inteligência artificial, entre outras, mas a principal mudança está na concepção learning by doing, que é aprender junto, através da experimentação, projetos e muita mão na massa.

A Educação 4.0 parte da ideia de que vamos aprender coisas diferentes de maneiras diferentes, uns com os outros. E o primeiro caminho para a mudança é a atitude!

Caminhos para integrar a escola à Educação 4.0

Ter uma boa infraestrutura e conectividade são importantes, mas, sozinhos, não garantem a efetivação da aprendizagem. Para que tenhamos uma aprendizagem efetiva, as escolas deverão integrar trabalhos que favoreçam o desenvolvimento de competências socioemocionais, colaboração e empatia. 

Além disso, a aprendizagem passa a ser mais envolvente, interativa, onde os alunos aprendem juntos e os professores são parceiros na construção desse aprendizado. O caminho também perpassa por aprendizagens ativas, como projetos interdisciplinares e a cultura maker, que propõe o resgaste da aprendizagem mão na massa, cuja premissa é a vivência de projetos que estimulam a criatividade e a inventividade. 

Para levar para sala de aula

Por onde começar

Temos visto uma grande preocupação com a construção de um ambiente inovador, onde algumas unidades escolares investem em máquinas e equipamentos.  Sem dúvidas, ter uma boa infraestrutura é importante ao aprendizado, porém não é suficiente para proporcionar a construção do conhecimento. 

É necessário desenvolver uma cultura voltada para a inovação, criatividade, inventividade, que possa trabalhar com resoluções de problemas, mão na massa, podendo desenvolver atividades significativas a baixo custo. 

A chave para o sucesso na implementação de uma educação inovadora é criar um ambiente que permita a participação dos atores envolvidos, para que conheçam e possam contribuir, dando-lhes a sensação de pertencimento e de autoria, tirando-os da passividade e trazendo-os para o centro do processo de aprendizagem. 

Favorecer situações de aprendizagem

Favoreça estratégias que contribuam para o desenvolvimento de projetos. Uma das propostas é trabalhar com questões norteadoras, que agucem a criatividade e despertem para explorar coisas novas, permitindo testar, errar, refazer, reavaliar, aprendendo a fazer através de um roteiro de trabalho. 

Começar simples

Desenvolva projetos simples, que fortaleçam a empatia, criando vínculos com o projeto em desenvolvimento, exercitando o espirito lúdico, criatividade, vivência, autonomia, conquistando a aprendizagem. 

Materiais não estruturados como sucatas e recicláveis e também com materiais eletrônicos de baixo custo como leds, resistores, baterias, motores de 3v, 9v, garras de jacarés, conectores, fios, suportes de baterias, microcontroladores como Arduino, produzindo projetos mão na massa com ações de pertencimento aos estudantes. 

Insira na sala de aula a Cultura Maker

Através do pensamento maker é possível criar uma cultura de invenção e criatividade, empatia e colaboração ao trabalhar com metodologias ativas, transformando ferramentas em agentes de modificação, onde os alunos são ouvidos e se tornam parte vital do processo de aprendizagem. 

O movimento maker propôs nos últimos anos o resgate da aprendizagem mão na massa, trazendo o conceito "aprendendo a fazer", que, aplicado ao ambiente escolar, tem como objetivo promover e estimular a criação, investigação, resoluções de problemas dos estudantes, proporcionando resolver problemas, usando ao máximo qualquer tipo de recurso. 

Introduzir a escola dentro desse contexto torna-se cada dia mais essencial, principalmente porque as tecnologias possibilitam interação, colaboração e personalização do ensino, podendo ser trabalhadas em todas as áreas do conhecimento. É preciso explorar novos recursos e ferramentas, mediando o espaço entre o aluno e a informação, de forma participativa e interativa, próxima da realidade no processo de construção e reconstrução do conhecimento do estudante ao trabalhar com as diversas facetas do processo de aprendizagem. 

Convido você, querido professor, a participar dessa proposta, incorporando ferramentas digitais ao seu cotidiano e promovendo a revolução em sua sala de aula. As pessoas são o centro da  Educação 4.0.

Um abraço!

 

Sobre a Autora

Débora Garofalo é formada em Letras e Pedagogia e mestranda em Educação pela PUC-SP. Professora da rede pública de São Paulo, realizou trabalhos transdisciplinares envolvendo robótica com sucata e animações. Hoje é assessora especial de tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de SP. Foi vencedora do Prêmio Professores do Brasil na temática Especial Inovação na Educação e uma das dez finalistas do Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

Sobre o Blog

Com foco em educação criativa, traz dicas e insights sobre como driblar obstáculos de falta de estrutura, tempo e material para encantar alunos e alunas na sala de aula.