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Débora Garofalo

Como levar à sala de aula a cultura maker

ECOA

18/12/2019 04h00

Estamos no final do ano letivo, e para muitos professores é tempo de refletir e começar a pensar em novos caminhos para tornar o aprendizado mais significativo aos estudantes em 2020.

Sem dúvida, a metodologia maker merece nossa atenção pela oportunidade de trazer um aprendizado que permite vivencias e experimentação. Conhecida como "faça você mesmo", o movimento maker vem ganhando forças nas escolas e traz na sua filosofia além da importância do fazer com as mãos que vamos aprender uns com os outros.

Uma oportunidade a professores e alunos de criarem novas maneiras de aprenderem juntos ao trabalhar com colaboração, empatia e resoluções de problemas reais.

E como levar a cultura maker para dentro da sala de aula?

Antes de mais nada é preciso compreender que o primeiro passo para trabalhar com a cultura maker é ter atitude!

A cultura maker propõe o resgate do jardim da infância em que o lúdico faz parte do processo de aprendizagem, estendendo para exploração, observação, fazer, refazer, pensar, imaginar, construir, errar, testar e compartilhar para todas as etapas da escolarização ao permitir que a aprendizagem ocorra de maneira significativa.

É olhar para um problema e ter a capacidade de resolvê-lo conectando ideias que pareciam totalmente desconectadas, relacionando as disciplinas e promovendo trabalhos interdisciplinares de maneira prática.

Para levar a cultura maker para a sala de aula é importante estar aberto ao novo, quebrar velhos paradigmas e permitir aprender com o processo. Sendo necessário propiciar aos estudantes um espaço de aprendizagem em que será trabalhado o respeito, a segurança, a colaboração e empatia, além da criatividade e da inventividade.

Não é necessário ter altos recursos para trabalhar com metodologia maker, basta reorganizar mobiliários e dar lugar a ferramentas, materiais não estruturados incluindo os estudantes para participar deste processo. Vale ressaltar que envolver a comunidade escolar através de doações pode ser um excelente caminho para integrar a aprendizagem para além dos muros da escola.

O professor tem diversos caminhos para trabalhar com a cultura maker no processo de aprendizagem. O primeiro é que seu papel muda para mediador do processo ao oferecer um problema real tanto da comunidade e ou da escola, envolvendo as áreas do conhecimento ao permitir que os estudantes construam soluções agregando materiais não estruturados, marcenaria, animações, curtas metragens, costura, robótica, programação e outros aspectos que envolvam o fazer.

Na sala de aula o professor pode incorporar caminhos para realizar atividades, como criar um canto mão na massa com materiais armazenados em caixas plásticas, criar estações como canto da costura, designer, ideação, prototipagem, entre outros.

É importante deixar claro que o professor precisa ter objetivos claros, depois compreender que o principal intuito de implementar a cultura maker nas escolas e fazer do aluno protagonista do seu processo de aprendizagem por meio de atividades desafiadoras e estimulantes para solução de problemas.

Um abraço.

Sobre a Autora

Débora Garofalo é formada em Letras e Pedagogia e mestranda em Educação pela PUC-SP. Professora da rede pública de São Paulo, realizou trabalhos transdisciplinares envolvendo robótica com sucata e animações. Hoje é assessora especial de tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de SP. Foi vencedora do Prêmio Professores do Brasil na temática Especial Inovação na Educação e uma das dez finalistas do Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

Sobre o Blog

Com foco em educação criativa, traz dicas e insights sobre como driblar obstáculos de falta de estrutura, tempo e material para encantar alunos e alunas na sala de aula.