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Como trabalhar tecnologia sem recursos

ECOA

23/10/2019 10h07

Você já imaginou trabalhar tecnologia sem recursos?! Sim, é possível. Basta compreender que o uso da tecnologia vai além de equipamentos e conectividade, passando por atitude!

Estamos vivendo um mundo cada vez mais marcado pela tecnologia! O mercado está em constante avanço com a indústria 4.0 e, apesar vivenciarmos a educação 4.0, muitas escolas estão na educação 1.0, caracterizada pelo giz e lousa.

Saiba mais Educação 4.0

O termo está ligado à revolução tecnológica que inclui linguagem computacional, inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT) e contempla o learning by doing que, traduzindo para o português, é aprender por meio da experimentação, projetos, vivências e mão na massa.

Para isso é necessário vencer barreiras, como ausência de infraestrutura, conectividade e formação docente. Mas também é necessário investimento nas políticas públicas. 

Muitos de nós sentimos dificuldade em lidar com programas e ferramentas, pois só tivemos contato com ferramentas digitais na fase adulta, bem diferente dos nossos estudantes que nasceram e estão familiarizados com este mundo digital. 

Superando dificuldades

Nesse contexto, é necessário superarmos dificuldades:

O aparelho celular deve ser utilizado como aporte pedagógico em sala de aula. No começo, o professor deverá realizar um trabalho de mudança cultural, lembrando que os alunos não foram preparados lidar com as redes sociais, internet segura, uso de dados e nem com essa ferramenta como um poderoso instrumento para sua aprendizagem.

Ter altos recursos tecnológicos não garante aprendizagem! Ter uma boa infraestrutura e conectividade é importante. No entanto, somente esses fatores não são suficientes. As propostas e objetivos de uso de ferramentas digitais devem ser claros e envolver os discentes em ações de pertencimento, geralmente acompanhadas de metodologias ativas, que oportuniza o aluno a sair da passividade e assumir o centro do processo de aprendizagem.

É necessário enxergar que a tecnologia não é o fim, que ela uma propulsora à aprendizagem e que seu uso deve sempre vir acompanhado de reflexão e atividades significativas.

Tecnologia não é apenas trabalhada com equipamentos e softwares, ela pode de ser trabalhada de diversas maneiras, uma delas é atividades low tech (de baixa tecnologia) e fora de equipamentos e computadores, como em oficinas criativas e programação desplugada. 

Para levar para a sala de aula

A mesma facilidade que temos com o uso da tecnologia para as atividades mais rotineiras do dia a dia deve ser abraçada pela escola e pelos professores e fazer parte do planejamento, com objetivos claros e desafios para alavancar a aprendizagem dos alunos.

Conheça: compreenda recursos e softwares que podem ser incorporados a sua rotina escolar. Google Drive e Google Sala de Aula são gerenciadores que permitem realizar trabalhos colaborativos, permitindo que vários documentos possam ser vistos e comentados por um grupo – com acesso inclusive por celular. É possível gerenciar pesquisas e aplicar avaliações tornando as aulas mais atrativas e dinâmicas de maneira offline.

Explore: muitas ferramentas digitais promovem novas formas de realizar uma prática pedagógica e explorar habilidades e competências diversas: produção de vídeos, fotos, podcasts, slides e blogs são ferramentas que podem ser usadas pelo celular, computador ou tablet e que enriquecem as aulas – por permitir dinamismo e vivência. Uma aula pode ganhar muito com exibição de vídeos curtos ou fotos feitas pelos próprios alunos.

Planeje: projete atividades em que a experimentação da aprendizagem esteja presente, valorizando o aluno no centro do processo de ensino e fazendo do professor o mediador dessa construção.  Ao estabelecer espaços colaborativos dentro da sala de aula, o aluno pode inventar, criar e usar recursos diferentes para a resolução de problemas. 

Insira: o foco da educação hoje está no desenvolvimento de competências e habilidades, entre elas colaboração, empatia e relações socioemocionais. Aproveite para inserir as redes sociais em suas aulas, expandindo o aprendizado e dando espaço a um ensino mais personalizado. Edmodo, Twitter e Instagram são redes sociais que permitem interação, personalização e a possibilidade de realizar trabalhos que expressam mais a vivência e a visão do aluno.

Crie: estimule o contato com softwares (programas) autorais e a produção de trabalhos colaborativos. Movie MakerAudacity e Gimp são exemplos de programas que permitem realizar diversos tipos de trabalho, além de serem gratuitos e trabalhar de maneira offline.

Compartilhe: propicie momentos para compartilhar as atividades realizadas, incentivando os alunos a produzir seus próprios textos em formatos distintos. Eles poderão criar textos a partir das pesquisas realizadas na internet e em outras mídias, e você pode ensiná-los a mencionar de maneira correta o crédito de autores e fontes pesquisadas. 

As ferramentas digitais podem ser usadas como grande propulsora à inovação, criatividade e inventividade por meio da experimentação – dando aos alunos a oportunidade de serem protagonistas, autorais e construtores da sua própria aprendizagem.

Um abraço!

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Sobre a Autora

Débora Garofalo é formada em Letras e Pedagogia e mestranda em Educação pela PUC-SP. Professora da rede pública de São Paulo, realizou trabalhos transdisciplinares envolvendo robótica com sucata e animações. Hoje é assessora especial de tecnologias da Secretaria Estadual de Educação de SP. Foi vencedora do Prêmio Professores do Brasil na temática Especial Inovação na Educação e uma das dez finalistas do Global Teacher Prize, o Nobel da Educação.

Sobre o Blog

Com foco em educação criativa, traz dicas e insights sobre como driblar obstáculos de falta de estrutura, tempo e material para encantar alunos e alunas na sala de aula.


Debora Garofalo